segunda-feira, 21 de julho de 2008

O Castelo do Giraldo revisitado

O objectivo principal do recém criado espaço "Carta Arqueológica do Concelho de Évora", embora seja a disponibilização de informação relativa à realização dos novos trabalhos de prospecção, passa também pela divulgação de sítios já conhecidos que, quer pela sua grandeza, excepcionalidade, importância arqueológica, paisagística ou condições favoráveis de visitabilidade, consideramos de destaque.
De entre os mais famosos sítios arqueológicos da região de Évora, desde há muito parte integrante das histórias populares e das "lendas" locais, merece destaque o Castelo do Giraldo, ocupado de forma interrupta e diacrónica desde o início do III milénio a.C., até à Idade Média. Aparentemente este terá sido o reduto de Giraldo o Sem Pavor (um intrépido cavaleiro que em 01 de Dezembro de 1166 libertou a cidade de Évora de 451 anos de ocupação Islâmica), facto que ficou para sempre registado no imaginário e toponímia local.
O domínio visual de que goza este sitio permite ao visitante uma visão única sobre a planície central de Évora e relevos adjacentes sendo possível visualizar no horizonte a cidade de Évora, a Nascente, e Viana do Alentejo, a Sul.
As condições de visitabilidade deste sitio são bastante favoráveis e o acesso, através de Valverde, é simples e encontra-se bem sinalizado. Para uma melhor compreensão do sitio e dos seus contextos crono-culturais, recomendamos a leitura da bibliografia abaixo mencionada .
Bibliografia: Afonso do Paço 1962; 1966; Arnaud, 1979; Calado, 1995; Mataloto 1999; Calado, 2005; Carvalho, 2007; Mataloto, Alves e Carvalho, 2007.
Tipo de Sitio: Habitat
Ocupações: Calcolítico; Bronze Antigo\Médio e Bronze Final; IIª Idade do Ferro; Época Medieval.
Materiais: Cerâmica de fabrico manual (incluindo bordos simples, bordos espessados e bordos almendrados; taças carenadas de perfil em S, taças tipo Atalaia, ornatos brunidos, digitações sobre cordão plástico); cerâmica de roda (bordos extrovertidos, asas de rolo, fundos planos côncavos e em pé de anel, cerâmica pintada); barro de cabana; percutores de quartzo; restos de talhe (quartzito, riolito, quartzo, silex, rochas siliciosas, xisto jaspóide e cristal de quartzo); lâminas sobre silex; pontas seta sobre silex, xisto jaspóide e cristal de quartzo; elementos de mó manual de vaivém (moventes e dormentes); contas de colar em xisto; braçal de arqueiro; punhal de Lingueta em Cobre.
Cartografia em C.M.P., folha nº 459, do Castelo do Giraldo e do Povoamento pré e proto histórico conhecido na sua envolvente. Encontram-se também assinalados a Anta Grande do Zambujeiro e a Necrópole de Vale de Rodrigo.
O Castelo do Giraldo visto por Afonso do Paço. (Seg. Paço, 1961).
Materiais pré históricos do Castelo do Giraldo (Seg. Carvalho, 2007)
Materiais proto históricos do Castelo do Giraldo (Seg. Mataloto, 1999)
Troço de muralha, segundo Afonso do Paço, de época medieval.
Vista para Viana do Alentejo, a Sul.
Vista para Évora, a Nascente.

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Cartas Arqueológicas publicadas, ou em vias de publicação, em Portugal: a informação disponivel.

(Em Actualização)

Carta Arqueológica do Concelho de Fronteira

Carta Arqueológica do Marvão

Carta Arqueológica do Concelho do Sabugal

Carta Arqueológica do Concelho de Sesimbra

Carta Arqueológica de Portugal

Carta Arqueológica do Concelho de Ourém

Carta Arqueológica Subaquática dos Açores

Carta Arqueológica do Concelho de Cantanhede

Carta Arqueológica do Concelho de Vila Pouca de Aguiar

Carta Arqueológica do Concelho da Guarda

Carta Arqueológica do Concelho de Macedo de Cavaleiros

Carta Arqueológica do Concelho de Vila de Rei

Carta Arqueológica do Concelho de Castelo de Paiva

Carta Arqueológica do Concelho de Castelo de Vide

Carta Arqueológica do Tejo Internacional

Carta Arqueológica do Concelho de Santiago do Cacém

Carta Arqueológica Subaquática do Concelho de Peniche

Carta Arqueológica de Vila Franca de Xira

Carta Arqueológica do Concelho de Montijo

Carta Arqueológica do Concelho de Lousada

Carta Arqueológica do Concelho de Odivelas

Carta Arqueológica do Concelho de Carregado do Sal

Carta Arqueológica dos Açores

Carta Arqueológica Subaquática do Concelho de Cascais

Carta Arqueológica do Concelho da Lousã

Carta Arqueológica do Concelho de Redondo

Carta Arqueológica do Concelho do Alandroal

Carta Arqueológica do Concelho de Mora

Carta Arqueológica do Concelho de Mafra

Carta Arqueológica do Concelho de Sátão

Carta Arqueológica do Concelho de Óbidos

Carta Arqueológica do Concelho de Sousel

Carta Arqueológica da Madeira

Carta Arqueológica do Concelho de Arraiolos

Carta Arqueológica do Concelho da Amadora

terça-feira, 8 de julho de 2008

Mesopotâmia


O carácter excepcional do megalitismo eborense relaciona-se, em boa parte, com a estrutura física da paisagem do Alentejo Central.
Em Évora, confluem, efectivamente, três dos grandes caminhos naturais da Península Ibérica: as linhas que separam as bacias hidrográficas do Tejo, do Sado e do Guadiana.

Essa posição estratégica, em termos de transitabilidade natural, articula-se igualmente com a escolha da localização da Ebora romana, nas proximidades do entroncamento das vias naturais para Augusta Emerita, Olisipo e Pax Iulia.

Megalithica Ebora - Centro Interpretativo

Contributos para a Carta Arqueológica do Concelho de Évora: uma breve história da investigação.

A informação bibliográfica e documental referente à arqueologia do concelho de Évora, é, como seria de esperar, muito variada, em termos qualitativos.
Os dados publicados pelos autores anteriores ao sec. XX (e primeiras décadas deste século) são quase todos muito vagos, sobretudo no que diz respeito à localização dos sítios arqueológicos; no entanto, para além de serem numericamente pouco importantes, estes dados foram, em boa parte, revistos e melhor circunstanciados, pela investigação mais recente.
Nas décadas de 40 e 50 do século XX, destacam-se as obras dos arqueólogos alemães Georg e Vera Leisner (Leisner, 1948-49; Leisner e Leisner, 1956, 1959), cujos métodos de trabalho produziram uma das obras fundamentais para o estudo do megalitismo eborense e não só. Apesar de terem usado cartografia de pequena escala (1:100 000), as indicações que, nos textos, são avançadas sobre a localização de grande parte dos monumentos, ainda hoje são de extrema utilidade. Por outro lado, para além de terem levado a cabo um levantamento bibliográfico bastante exaustivo sobre as fontes mais antigas, os Leisner localizaram e descreveram um elevado número de monumentos inéditos.
Posteriormente, nos anos 60 e 70, verificaram-se significativos avanços no conhecimento do megalitismo regional, graças às descobertas de Henrique Leonor Pina, José Pires Gonçalves e do chamado “grupo do Hospital” que integrou nomes como Galopim de Carvalho e Quintino Lopes. Coube aos primeiros, com destaque para Leonor Pina, a identificação e publicação (Pina, 1971) dos primeiros recintos megalíticos de Évora e de alguns novos menires isolados.
Sobre a época romana, outro dos temas maiores do património arqueológico de Évora, merecem destaque alguns trabalhos temáticos, nomeadamente sobre a rede viária (Saa, 1963) e sobre a epigrafia (Encarnação, 1984), ou ainda uma obra de síntese, à escala nacional (Alarcão, 1988), cujos dados, apesar de substanciais, enfermam, geralmente, de deficiente precisão locacional.
Convém ainda referir que a cartografia geológica, na escala 1: 50 000, contemplou, por norma, alguma informação arqueológica - sobretudo referente a monumentos megalíticos - embora, infelizmente, as notícias explicativas raramente ultrapassem o nível da listagem, sem qualquer elemento descritivo.
Efectivamente, só nos finais dos anos 80 do século XX, se iniciaram, no concelho de Évora, os primeiros projectos de prospecção de superfície, mais ou menos sistemática e de alcance diacrónico.
Um deles teve como objectivo a elaboração da Carta Arqueológica do Concelho de Évora (CACE); coordenado por Jorge de Oliveira (Oliveira et al., 1987), contou com escassos apoios, disponibilizados pelo IPPC, no contexto de um programa de Carta Arqueológica nacional, entretanto abandonado.
Outro projecto desenvolvido na mesma altura foi o Evora Archaeological Survey (EAS), coordenado por Colin Burgess, da Universidade de Newcastle, com o objectivo específico de estudar o contexto arqueológico do recinto megalítico dos Almendres. (Burgess et al, 1987).
Na década seguinte, outros trabalhos de prospecção vieram alargar a base de dados disponível, nomeadamente o projecto dirigido por José Manuel Mascarenhas, no âmbito do Programa Stride (Mascarenhas, 1995), o trabalho de reunião de dados efectuado por António Carlos Silva entre 1998 e 2000 bem como dois outros, dirigidos por Manuel Calado; o primeiro destes incidiu na área envolvente do recinto de Vale Maria do Meio e no traçado da A6, em 1994-95 (Calado, 1995; Calado e tal., 2004), e o segundo na área das Herdades das Murteiras (e propriedades anexas, da Fundação Eugénio de Almeida), em 2001 (Calado, 2001b; 2006a).
Infelizmente, alguns destes trabalhos não chegaram a ser objecto de publicação integral, encontrando-se disponíveis apenas sob a forma de relatórios inéditos. Ainda durante 2003 e 2004 foi também realizada a revisão da parte arqueológica do PDM concelhio (Calado, 2003; Calado, 2005), trabalho este que veio acrescentar cerca de cinco centenas de novos monumentos e sitios arqueológicos das mais diversas cronologias, tipos e implantações.
Ainda nos anos noventa, merece destaque o projecto de investigação sobre os monumentos de Vale de Rodrigo (Kalb, 1993; Kalb e Höck, 1997; Larsson, 2001) que, apesar de apostado fundamentalmente na escavação da necrópole megalítica, não deixou de acrescentar alguns sítios inéditos, na área envolvente dos sítios escavados; também neste caso, se aguarda a publicação definitiva dos resultados.

Seg. Calado, Santos e Carvalho, 2008

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Editorial

O concelho de Évora e o seu vasto património arqueológico são, desde há muito, uma referência a nível nacional. Apesar da actual inexistência de uma Carta Arqueológica do concelho, vários foram os contributos realizados ao longo do século XX e inicios do século XXI que permitiram a criação de uma base de dados de referência para o património arqueológico concelhio, actualmente disponivel na C.M.E. Destaca-se, entre estes, o trabalho de revisão da parte arqueológica do PDM eborense realizado ao longo de 2003 e 2004 (Calado, 2003; Calado, 2005). Os registos actuais (que ascendem aproximadamente às duas milenas) são já reconhecidos como a mais vasta listagem de sítios arqueológicos do panorama nacional. Reflectem uma riqueza inaudita, ainda mal estudada e esparsamente integrada num modelo de interpretação global.
Salvo o estudo de algumas realidades relacionadas com a Pré e Proto História, merecedoras de crescente atenção por parte de inúmeros investigadores, subsistem outro tipo de cronologias que aguardam semelhante investimento.


O que já se encontra feito permite, contudo, uma dedução evidente: estes registos são apenas uma pequena parte do património arqueológico do concelho eborense. É neste sentido que os trabalhos de prospecção no terreno irão ser retomados, recuperando grande parte da equipa que entre 2003 e 2004 se encarregou dos primeiros levantamentos com recurso ao GPS e que, no fundo, integrou os contributos acima referidos, perfazendo uma base de dados sem precedentes em Portugal.
Posto isto, o presente texto serve para dar conhecimento do arranque efectivo dos trabalhos, que se irá desdobrar em inúmeras vertentes e valências, nas quais se conta a formação deste blog.


Numa lógica institucional, cremos ser benéfico deixar aqui expressa a proposta inicial apresentada à Câmara Municipal de Évora, elaborada em conjunto com o Doutor Manuel Calado, coordenador dos trabalhos de 2003/2004.

Proposta para a realização da Carta arqueológica do concelho de Évora:

Na sequência dos trabalhos realizados para esta edilidade por Manuel Calado entre 2003 e 2004 vimos, por este meio, propor o seguinte:

1. Continuidade das prospecções na zona rural do concelho, com inevitável revisão do trabalho já realizado

Dos cerca de 1800 sítios inventariados à data acima referida, alguns verificam-se actualmente desactualizados em termos de avaliação e impacto ambiental. Consequentemente, recentes trabalhos no concelho condensam novos dados (e não são poucos) ainda não introduzidos na base de dados, por manifesta ausência de recursos humanos para o efeito. Assumimos o compromisso de realizar tal tarefa, que se impõe como urgente devido à precariedade de diversos sítios arqueológicos.
Paralelamente, e no seguimento lógico desta tarefa, é fundamental que se prossiga com novas campanhas de prospecção, de forma a colmatar as lacunas territoriais que permaneceram após o trabalho de Manuel Calado.

2. Revisão dos conteúdos e sua organização nas bases de dados existentes

Neste ponto, a nossa proposta resume-se à revisão de alguns sítios não cartografados com a precisão actualmente exigida. Referimo-nos, em particular, àqueles marcados com recurso a cartografia 1.50.000 e 1:100.000, que envolve inevitáveis falhas quando introduzidos em estudos de impacto ambiental e alterações paisagísticas.

3. Criação de uma sistemática de monitorização e actualização constantes dos dados introduzidos

Dado o volume de dados existentes, sabendo de antemão a mutabilidade da paisagem bem como a frequência de novos achados arqueológicos, em particular na sua componente rural, é imperativo que se estabeleçam lógicas de monitorização e actualização quer dos dados antigos, quer de novos sítios localizados no espaço do concelho de Évora. O compromisso é, posto isto, e na medida do possível, tentar estabelecer linhas de comunicação com os vários organismos oficiais estabelecidos no território (ex: Juntas de Freguesia; Universidade; Fundação Eugénio de Almeida, etc) e particulares (ex: proprietários de herdades). Neste ponto, não é de invalidar a colaboração informal do “arqueólogo amador”, que não amiúde, em sucessivas batidas de campo, poderá trazer a lume importantes informações de outra forma impossíveis de obter.

4. Aplicação e integração em base de dados das informações respeitantes ao Centro Histórico de Évora

A introdução, na mesma base de dados, das informações respeitantes ao Centro Histórico assume o seu carácter de uniformização de toda a informação num único suporte informático. Comprometemo-nos, no seguimento, a estabelecer lógicas de acompanhamento de qualquer intervenção realizada no CHE, cruzando estas informações com as já disponibilizadas na Carta de Sensibilidade Arqueológica (CSA). Assumindo igual tratamento a espaço rural e urbano, o compromisso e/ou objectivos serão a utilização de uma metodologia única, facilitando-se os processos de intervenção e trabalho na área.

5. Criação de cartografia especifica para todo o concelho

Neste ponto, o que pretendemos é a criação de elementos de correspondência visual com as leituras encetadas no terreno. O recurso às tecnologias de geo-referenciação (SIG) serão, posto isto, fundamentais para integrar dados com cartografia específica. Em última análise este ponto antecede a criação de uma extensa cartografia relativa ao património eborense que, no seguimento da recente revisão do PDM, é uma importante ferramenta de planeamento e valorização territorial.

6. Criação de um projecto para disponibilizar a informação via online, com a realização de um site específico integrado no site principal da CME

Neste ponto, atendendo à metodologia já implementada além-fronteiras, bem como ao seguimento da disponibilização do Plano Director Municipal via Internet, é importante que se consiga projectar um site especificamente direccionado para esta temática, assumindo o seu carácter pioneiro em território nacional. As razões para tal prendem-se com a necessidade de disponibilizar, de forma rápida, um volume de dados que, de outra forma, seria impossível de sistematizar. Este tipo de informação, regra geral somente acessível a uma percentagem ínfima de especialistas e estudiosos, abarcaria assim um outro público, alargando-se consideravelmente o espectro daqueles que poderiam intervir nesta área, com contribuições várias (ex: estudantes; proprietários dos terrenos onde se localizam muitos e desconhecidos elementos patrimoniais; proprietários de habitações urbanas que estariam mais atentos a achados nas suas propriedades; instituições com responsabilidades várias na área do património, etc).

7. Realização de estudos e artigos intercalares que visam a divulgação do trabalho da Câmara na área e consequente valorização do património do concelho

O compromisso aqui, será o da produção de informação num suporte mais imediato e menos técnico, no sentido de divulgar e informar a generalidade da população dos trabalhos nesta área. Dentro do possível, tentar-se-á estabelecer um método de divulgação único, como forma de preparar uma publicação final, de carácter mais científico, onde seria compilada toda a informação recolhida durante a execução do projecto.

8. Realização e publicação da Carta Arqueológica do Concelho de Évora

A sistematização dos dados envolve a sua divulgação num suporte reconhecível e universal, de acesso universal. Neste ponto, é fundamental que a Câmara Municipal de Évora, dada a natureza e riqueza particular do seu património invista na sua divulgação. Assumindo que a criação de um site específico poderia colmatar algumas particularidades dessa missão, uma publicação em suporte de livro dignifica e promove a imagem da CME, assumindo, e apesar da constante evolução deste tipo de trabalho, uma marca fundamental e novamente pioneira num contexto português.

MODELO APLICADO.
Base de Dados e Campos Constituintes

Sabendo que não existe, nem pode existir, um modelo universal de bases de dados (encontra-se sempre dependente de diversos parâmetros, onde se poderão destacar os objectivos do trabalho, bem como a natureza do objecto a trabalhar), vimo-nos no imperativo de consultar quem já deu provas na área.
Em reunião com o Prof. Dr. Manuel Calado, conseguimos afinar os nossos critérios de pesquisa, bem como a formulação de um modelo de dados aplicável à realidade patrimonial eborense, nas suas vertentes rurais e urbanas. Tal base não pretende definir uma sistematização de campos final. Pretende apenas atingir um ponto de equilíbrio entre a coerência informativa e a quantidade de informação relevante.
Neste sentido, existem campos de finalidade indefinida, que servem como os auxiliares óbvios a outros que não poderão ser definitivos como elemento de informação. Referimo-nos, em particular, aos campos ´ÉPOCA´ e ´TIPO´, introduzidos tendo como modelo o thesaurus do ex-Instituto Português de Arqueologia (IPA).
Ou seja, muito daquilo que irá ser preenchido, será na tentativa de harmonizar o que já foi feito por Manuel Calado, assumindo novos campos especificamente direccionados para a realidade urbana do CHE (ex: Grau de Sensibilidade Arqueológica), com alguns elementos de bases já existentes no território português.
Posto isto, os campos escolhidos são os seguintes:

1. N_ORDEM: número identificativo do sítio na base de dados;
2. DESENHO: eventuais levantamentos do sítio e/ou planta de localização;
3. DESIGNAÇÃO: nome do sítio atribuído pela proximidade de topónimo (espaço rural); nome de rua e/ou número de polícia;
4. MICRO_TOPÒNIMO: designação em Plano de Urbanização (Março de 2000) do imóvel, quando existente (regime urbano); outros nomes pelos quais se reconhece o sítio, de atribuição vernácula e/ou popular (ambiente rural);
5. CARTA_MILITAR: somente aplicável na realidade rural. Número da carta militar onde está inserido o sítio;
6. FREGUESIA: nome da freguesia onde se localiza o sítio;
7. RIGOR: rigor da marcação geo-referenciada do sítio;
8. MERIDIANO: cota X do sítio (elemento SIG);
9. PARALELO: cota y do sítio (elemento SIG);
10. ÉPOCA: de acordo com o campo “Período Histórico” do thesaurus do ex-IPA. Poderá ser preenchido por mais do que uma entrada;
11. TIPO: de acordo com o campo “Tipo de Sítio” do thesaurus do ex-IPA. Poderá ser preenchido por mais do que uma entrada;
12. DESCRIÇÃO: pequena referência ao sítio arqueológico, com sucinta descrição de eventuais achados;
13. FOTOS: referência ao número de fotos tiradas no e sobre o sítio. Remeter para uma base fotográfica paralela;
14. OBSERVAÇÕES: campo abrangente, que serve para acrescentar dados relativos ao sítio, que não tenham lugar em mais nenhum dos campos (ex: cronologias paralelas; achados paralelos; curiosidades, etc);
15. BIBLIOGRAFIA: introduzir bibliografia sobre o sítio, informações orais e relatórios arqueológicos inéditos;
16. PROTECÇÃO: protecção legal em vigor, quando existente. Poderá ser preenchido com a entrada “em vias de classificação”;
17. DECRETO-LEI: número e ano do documento legislativo que regula a protecção legal do sítio;
18. GRAU_SA: Grau definidor de uma sensibilidade arqueológica, na linha do documento Carta de Sensibilidade Arqueológica para o Centro Histórico de Évora. Somente aplicável no CHE;
19. PROPRIETÀRIO: referência, quando possível, do proprietário e/ou proprietários do espaço em que se insere o sítio arqueológico.
20. ESTADO DE CONSERVAÇÃO E AMEAÇAS: referência ao estado de conservação do elemento patrimonial e, sempre que se justifique, alusão às ameaças e aos riscos que possam colocar em perigo o monumento\sítio.


Sítios da Pré história recente (fig.1) e Proto história (fig.2) no Concelho de Évora

Megalitismo funerário (fig.1) e não funerário (fig.2) do Concelho de Évora

Sítios Romanos (fig.1) e Medievais\Modernos (fig.2) do Concelho de Évora.

Distribuição do total dos sítios arqueológicos identificados no Concelho de Évora.